quarta-feira, abril 18, 2007

Não é o olho de Deus que vai nos julgar. Nós mesmos faremos isso

por Carol Westphalen

O documentário “Uma verdade inconveniente” do ex-vice-presidente americano Al Gore, apesar de promovê-lo, mostra nossa ignorância em relação ao aquecimento do planeta – causado pela poluição da atmosfera por dióxido de carbono (Efeito Estufa). Segundo Al Gore, a política do meio ambiente precisa de mudanças drásticas. O planeta está ficando cada vez mais quente cada vez mais rápido. O aquecimento global vem sendo estudado há 25 anos. Estudos mostram que se continuarmos a jogar CO2 na atmosfera nesse mesmo ritmo, em 2050 as marés irão invadir as cidades litorâneas devido ao degelo das calotas polares. A temperatura média do planeta aumentará cerca de 3 graus até 2050. Gore acredita que o impacto dos seres humanos sobre a Terra é tão devastador que precisamos fazer algo agora ou nossos filhos nos perguntarão por que não o fizemos. Alguns países já possuem tecnologia para frear esse aquecimento, mas falta compromisso. Segundo Gore, é preciso ampliar o uso das energias renováveis. A América do Norte, a Índia e a Europa são os continentes que mais poluem o planeta. A América do Sul ocupa o 4º lugar. Os EUA, apesar de não terem apoiado o Protocolo de Kyoto na época em que foi instituído, conseguiu com que 369 cidades aderissem a ele. Mas será que todas essas cidades irão realmente agir em prol da saúde do planeta?

O despertar para o que está acontecendo com o planeta em função da poluição é o primeiro passo, mas não é o suficiente. O aquecimento global é algo que vem acontecendo com o planeta há mais de 150 anos e agora que sabemos disso nos viciamos em elaborar previsões. Ter consciência é uma coisa, agir em função dessa consciência é outra coisa que requer muito mais trabalho. Como frear o ritmo das indústrias e diminuir o ritmo de carros nas ruas se a economia depende dessas atividades? Somos narcisistas e pensamos apenas em nós mesmos. Será que deixaríamos nossos carros em casa para pedalar? Na hora de consumir, será que optaríamos por indústrias que ajudam a cuidar do meio ambiente? Se o futuro da humanidade está realmente em grande risco será que todos os países iriam contribuir para impedir as catástrofes climáticas? Vamos precisar mudar nossos padrões de consumo, enfim, restabelecer uma outra forma de vida, viver sob um outro paradigma.

Assim como vemos cientistas fazendo previsões terríveis, se formos além em nossas pesquisas, também veremos cientistas dizendo que as coisas não são tão horríveis assim. Segundo S. Fred Singer, Ph.D. em física, não é apenas o homem que está causando essa desordem climática, já que, de acordo com suas pesquisas, o aquecimento global acontece mais ou menos a cada 1500 anos. Outro cientista que não entrou completamente na onda do aquecimento do planeta foi o professor de ciência atmosférica do MIT (Massachussets Institute of Tecnology) Richard Siegmund Lindzen. Segundo ele, nenhum cientista viu o relatório da Academia Nacional de Ciências de 2001 (EUA) sobre os perigos do aquecimento global antes de ser publicado, pois ele foi escrito por burocratas do governo. O nível da água do mar subiu 120 metros há 15 mil anos, mas isso aconteceu por causa do fim da Era do Gelo. Por que 17 mil cientistas assinariam a Petição de Oregon contra o Protocolo de Kyoto? É uma minoria, mas, nesse caso, significante. Ou 17 mil pessoas diplomadas com QIs elevados estariam sofrendo uma alucinação coletiva? Afinal, será que estamos realmente correndo tanto perigo como afirma Al Gore?

SHOW DO MINISTRO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS

Essa merece ser lida, afinal não é todo dia que um brasileiro dá um esculacho educadíssimo nos americanos!
Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos, o ex-governador do DF, ex-ministro da Educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.
O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.
Esta foi a resposta do Sr.Cristóvam Buarque:
"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.
"Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
"Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro."O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço.
"Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado."
Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.
"Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
"Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
"Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
"Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, Provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
"Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.
Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. "Só nossa!."