Mosaico de imagens mostra a tempestade de poeira detectada pela
NASA (Reprodução: NASA) A agência espacial americana (Nasa) revelou nesta
segunda-feira ter observado, por meio do robô Opportunity, uma enorme
tempestade de poeira na superfície de Marte, que produziu mudanças atmosféricas
no planeta.
É a primeira vez desde 1970 que a Nasa estuda este fenômeno
da órbita e também de uma estação meteorológica na superfície de Marte,
destacou o site da agência espacial.
"Isto
é agora uma tempestade de poeira regional", afirmou Rich Zurek, chefe
científico para Marte do Jet Propulsion Laboratory (JPL), em Pasadena,
Califórnia.
"A
tempestade cobre uma região bastante ampla com sua nuvem de poeira e em uma
parte do planeta onde tormentas regionais no passado já provocaram tempestades
de poeira globais", explicou Zurek. Tormentas regionais de poeira se
expandiram no passado em Marte e afetaram grandes áreas do planeta em 2001 e
2007.
"Uma
coisa que queremos entender é por que motivo algumas tempestades marcianas de
poeira chegam a este tamanho e deixam de crescer, enquanto outras continuam
crescendo e se transformam em globais", afirmou Zurek.
Depois
de décadas de observação, os especialistas sabem que há um fator temporal
ligado às maiores tormentas de poeira marcianas, segundo a NASA. A mais recente
delas começou há apenas algumas semanas com o começo da primavera no hemisfério
sul.
No
dia 16 de novembro, a sonda Mars Reconnaissance detectou um aquecimento da
atmosfera cerca de 25 quilômetros acima da tormenta. Desde então, a temperatura
da atmosfera da região aumentou em 25 graus Celsius.
O
fenômeno se deve à poeira, que se eleva acima da superfície e absorve a luz do
sol nas alturas, segundo a NASA.
Temperaturas
mais quentes também foram detectadas em um "lugar quente" próximo às
latitudes polares do norte, devido às mudanças na circulação atmosférica.
Os
instrumentos meteorológicos a bordo do robô norte-americano Opportunity, em
Marte desde 2004 e que se encontra, no momento, a mais de 1.300 quilômetros da
tempestade, também mediram uma mudança na pressão atmosférica.
Se
a tempestade continuar se expandindo, o Opportunity poderá ser afetado, já que
seu abastecimento depende da energia solar. Não é o caso do veículo robótico
Curiosity, que chegou ao equador marciano no dia 6 de agosto e depende de um
gerador nuclear.
A
estação meteorológica do Curiosity detectou mudanças atmosféricas ligadas à
tormenta. Os sensores observaram uma queda na pressão atmosférica e um leve
aumento nas temperaturas noturnas mais baixas.
Curiosity
é um projeto de dois anos e 2,5 bilhões de dólares que tem o objetivo de
pesquisar se é possível viver em Marte e descobrir se as condições do planeta
poderiam ter abrigado vida no passado.