domingo, agosto 31, 2008

CHOQUE ENTRE GALÁXIAS

WASHINGTON (AFP) - Uma gigantesca colisão entre duas galáxias, detectada pelos telescópios espaciais Hubble e Chandra X-Ray, permite distingüir claramente a misteriosa matéria escura da matéria comum, segundo os resultados de trabalhos de astrônomos americanos.
As imagens ópticas mostram, graças a uma técnica de coloração, a matéria escura passar (em azul), sem ser contida, através de montes de matéria comum, sobretudo de gases quentes, que apareciam em rosa pelo raios X, explicam.
Essa descoberta é considerada importante porque confirma os resultados de uma observação anterior, de 2006, do amontoado galático Bullet gerado por uma enorme colisão entre duas galáxias.
"Segundo acreditamos, essa última observação é uma etapa-chave para a compreensão das propriedades da misteriosa matéria escura", considera Marusa Bradac, astrofísico da Universidade da Califórnia em Santa Barbara e principal autor desse comunicado.
"A matéria negra é cinco vezes mais abundante que a matéria comum no universo", acrescenta.
Os cerca de 72% restantes são, supõem os astrofísicos, a energia de vida que explicaria a aceleração da expansão do universo, apesar da força gravitacional.
"Esse estudo confirma o fato de que nós estamos diante da presença de uma matéria muito diferente daquela que conhecemos e da qual somos feitos", prosseguiu Marusa Bradac.
Como com o Bullet em 2006, esse último amontoado galático (oficialmente chamado de MACSJ0025.4-1222), situado a 5,7 bilhões de anos-luz da Terra, mostra uma clara separação entre matéria negra e matéria comum.
A colisão de dois amontoados de galáxias de uma massa respectiva de milhões de bilhões de vezes a do nosso Sol se produz a velocidades de dezenas de milhões de km/h, segundo esses astrofísicos.
Após o choque, a velocidade dos gases de cada um dos amontoados galáticos se reduz, mas não a da matéria negra, ressaltam os pesquisadores, cujos trabalhos serão publicados na próxima edição do Astrophysical Journal.

segunda-feira, agosto 25, 2008

ASTRÔNOMOS DESCOBREM GRUPO DE GALÁXIAS GIGANTE


PARIS (AFP) - O observatório astronômico europeu XMM-Newton encontrou o maior grupo de galáxias jamais visto no universo, uma descoberta que pode confirmar a existência da energia negra, anunciou nesta segunda-feira em um comunicado a Agência espacial européia (ESA).

Este "monstro", batizado 2XMM J083026+524133, deve conter "uma massa correspondente a mil galáxias" e foi observado quando o XMM-Newton, que tem como missão estabelecer um catálogo de fontes cósmicas emissoras de raios X (planetas, cometas, quasares...) estava focalizado em outro objeto.

O J083026+524133 foi visto porque forma uma mancha muito brilhante. Observado em seguida com um potente telescópio de Arizona, se revelou um grupo de galáxias com mil vezes a massa de nossa galáxia, a Via Láctea.

"A presença deste grupo confirma bem a existência de um elemento misterioso do Universo, a energia negra", suposto responsável pela aceleração da expansão do Universo, destacou em um comunicado Georg Lamer, do Instituto de astrofísica de Potsdam (Alemanha).

"Grupos de galáxias tão grandes como este são objetos raros no Universo", indicou. "E a existência destas galáxias só pode ser explicada pela energia negra", continuou.

Segundo os astrofísicos, a maior parte do grupo situado a 7,7 bilhões de anos-luz seria formada de um gás a temperatura de 100 milhões de graus.

A equipe de astrofísicos que encontrou este grupo de galáxias estudava o catálogo de 190.000 fontes de raios X do XMM-Newton (X-Ray Multimirror Mission/Espelhos múltiplos para o estudo dos raios X), que realizou 3.500 observações em 1% do céu.